quinta-feira, 22 de março de 2012

 Havia esquecido quão bom é imaginar. Ouvindo Dust In The Wind/Scorpions parece que voltei no tempo, e é fácil explicar. Toquei um tipo de violão imaginário, que só quem já sonhou em ser um músico quando criança sabe!
Aquele violão que usa pouco esforço das mãos, aquele que o som sai apenas na sua mente e ninguém tem o dom de ouvir, somente você. Se você não foi esse tipo de criança, já viu uma des
sas por aí. E, eu era uma. Daquelas que ficam no cantinho da sala ouvindo uma música no rádio, e fingindo fazer um solo de guitarra ou violão, dependendo até onde sua imaginação conseguir alcançar.
Ganhei meu primeiro violão no natal de 2006, e já o esperava como presente. Não sabia tocar nada, passei 2007 inteiro tentando aprender, e aprendi. Comprei várias revistinhas para iniciantes e saí tocando por aí. 
Sempre achei um charme quem toca violão, talvez esse fosse meu interesse inicial. Mas, com o tempo, aprendi que é muito mais que isso. Às vezes necessitamos de algo que nos preencha espiritualmente, e o violão, de alguma forma era isso pra mim. Foram várias vezes que me senti só, e nem sempre existiram pessoas ao meu lado, então sempre pedi abrigo a ele. Eram apenas sons, simples melodias, no entanto, valiam pelas palavras mais lindas do mundo.
Hoje, encontro-me sem possibilidade tocar ele como antes. Como toda música tem um final, nada, exatamente nada, é pra sempre, e ele quebrou :(
Ele fica em um cantinho encostado na parede, um cantinho que é só dele.
Parece um absurdo tudo isso, mas ele foi meu melhor amigo. Provavelmente comprarei um novo, talvez até melhor, porém ele continuará insubstituível.
Por mais que não possa ser usado eu não vou me desfazer dele. Vou guardar sempre e mostrá-lo para meus filhos e netos se possível. 
Desculpe-me se você leu tudo isso até aqui, mas meu melhor amigo e acima de tudo, meu primeiro violão, merecia essa homenagem. :)

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